xok:

agora... adentre: entre: se toque, se pop, se top, me provoque!

28.11.10

31-12-2006

tomara que tenha sido uma maré de águas turvas e pesadas, que tenham de durar ainda até a meia noite. mas que depois disso passe.
ontem danscei. falei. terra bárbara e outros tantos de um eu antigo guardado. um eu de banheiro. que exploda.
ontem, enquanto dançava e falava, furaram duas vezes um rapaz, no pescoço, na praça, com espetinhos de madeira para churrasco. que se acabe esta barbaridade. sejamos homens e nossas atrocidades possam ser violadas por nossa coragem de sê-lo.
hoje vou para minha mãe.
hoje a outra está longe, no frio. o outro também. que Deus os guarde.
que deus guarde minha ida e minha vinda, Padilha de moto com saias esvoaçantes.
que deus esteja conosco até o pescoço em 2007, 2008, 2009, 2010...
laroyê, Exu.
atotô, Omolu.
axé, meu povo.
e que o sangue do nosso Senhor Jesus Cristo nos cubra e nos proteja.
coragem!
avante.
marchemos.

27-12-2006



tempo de fuga.
me escondia em casa.
agora me escondo na casa.
os olhos me observam e seus donos pensam.
devo estar uma pessoa difícil de ser suportada.
em 2007, Exu e Omolu tomarão conta.
saúde ou doença?
discórdia, competição, desavença?
portas abertas ou fechadas?
laroyê!
Atotô!
Axé!
Eu!

04-12-2006



cheguei. tô em casa. feito gato seu, na manha.
quero rede e colo.
leite e café forte.
um cigarro antes de dormir.
amanhã, bom dia. e depois deste todos os outros sendo bons para sempre.
amém.

30-11-2006

o menino serpenteava calado na avenida.
tinha no peito abafado o segredo guardado da corrida.
para trás uma cachorra morta e uma gata que lhe toma conta.
na frente uma certeza torta de uma dança tonta.
o menino, cansado, mesmo perdendo ainda acredita.
eita, vida!
ele brincava de viúva possina ainda criança, sem premeditar que, ensinado os outros a fazerem isso, ganharia a vida.
às vezes ele se sente desumano e menino. um falsário.
frustra-se. nem tem talento. embora veja nos olhos das pessoas lágrimas quando acham que ele faz arte.
hoje uma aluna lhe pediu o texto que falou. teve de abrir o jogo: desculpa, mas não decorei.
ele leva a sério essa dança desabafo.
mesmo dizendo uns que não deviam mergulhar fundo.
mesmo dizendo outros que não querem saber.
mas eles não estão ali tanto pelos outros. estão por si.
ontem se assustou com um peso em sua bolsa enquanto andava. era um cachorro que, andando, repolsava sua cabeça enorme em sua bolsa.
e teve medo. medo da mordida antiga que levara.
clamou pelo sangue de Jesus Cristo, como criança. lembrou-se do lobo, seu animal de poder. continuava andando. queria ter podido rir. que o medo não tivesse aparecido.
foi sua única companhia real na curva do mundo.
ele volta às teclas, companheiras. amigos, ausentes.
desencontros. encontros com desconhecidos virtuais que lhe fazem bem.
depois volta cansado, exausto, como queria. lerá estação carandiru, trancado na casa, morrendo de medo.
depois de muito, terá sono.
dormirá.
antes disso, descobrirá em que momento desses quebrará a rotina com a lata de leite moça fiesta, que comprou pela manhã.
usará a colher emprestada, que a cosma lhe deu.
amanhecerá o dia e ninguém verá lágrima alguma.
outro dia, outra aula.
outro dia, outra aula.
uma manhã, sem nada.
e fim.
meio dia vai pra casa.

29-11-2006

bom. o nome dessa foto, que não dava pra visualizar na pasta de imagens do ciber, era MEDO DE SE APAIXONAR.
vamos ver no que dá.
medo de me apaixonar é um dos poucos que não tenho.
eita vida! embrenhado na curva do mundo.
os amigos, só por dentro de mim.
me sentei hoje numa privada de restaurante e me vi chorando por me sentir em casa. parecia lar. é que a casa que ocupo é desocupada de tudo.
a vida quase sempre nos dessurpreende, né?
está tudo às claras. em carne viva e vida em carne nenhuma.
desejo, meu amigo, que tenha músculos da face entumecidos de sorrisos bons.
chega de fortificar os muros das lamentações de nós mesmos.
precisamos de força.
precisamos nos amar mais e estarmos mais disponíveis para abraços e companhias descompromissadas.
por falar nisso, como sei pelo seu álbum do orkut, cozinha bem. nos devemos uma farra de guloseimas e risadas boas de coisa alguma.
quero celebrar a vida. quero-o junto de mim nesta hora.
quero que celebre a vida e que, daqui a vinte anos, nem tenhamos que nos encontrar no trilho do trem da bezerra de menezes.
você é especial. as vezes não entendemos certas coisas. daí, a vida!

28-11-2006

encontra coisas em pastas de computadores de ciber, em cidades perdidas no meio do nada.
desbloqueia todos os amigos do msn, e até os conhecidos e os paqueras.
sorri pro cara do banco ao lado na praça. em vão.
sente-se só. tem medo. engole o choro por medo maior do descontrole.
da janela da frente vê-se um cemitério.
da janela dos fundos um terreno baldio.
diz na internet que todas as fechaduras são enormemente frágeis e tem medo que seja lido pelo ladrão que amedronta nos confins do seu medo.
a casa é enorme e sem móveis. mas tem um spray com o nome: cheirinho de infância. isso lembra viagem antiga, em tempos de maior coragem.
arrisca-se a entrar num bar. a vontade: encher a cara e dormir sorrindo. mas seu pudor e vergonha faz com que peça uma coca-cola. não levanta os olhos. mas quando alguém o olha ele encara no fundo do ser-humano do visinho atrevido e, agora este, baixa as vistas. arrepende-se. espantou um provável passa tempo.
sente-se só.
sabe que todos vão estar dançando. todos os seus prediletos e ele queria estar neste banquete. faz-se platéia. dá saudades. sente-se só.
e tem medo que o fotolog não deixe colocar esta foto tão singela e boba que encontrou em pastas de computadores de ciber. portanto para.
ele copiou tudo.
mas sabe que não terá coragem de postar se der errado da primeira vez.
tudo o que ele quer é falar um pouco.
ninguém.
as luzes devem estar prontas a iluminar seus amores novos e antigos. sua velhice em cena.
e le tenta sorrir e emana um pouquinho de energia boa pra lá. mas só o suficiente, pois está precisando de muita força onde nem se quer recebe mensagem.
mas deus é pai.
e ele foi à missa agora a pouco e, na sua primeira missa, lembra-se apenas dentro da igreja que está de bermuda e camiseta. sente-se mal. encontra o tal ciber. Deus seja louvado.
pra sempre.
amém.

10-11-2006



meu mundo, se cai, sempre me revela o que tem por vir. sempre me diz o tanto de céu que ainda tem acima. o quanto ainda pode vir abaixo. meu mundo, se cai, nem me derruba, o que me deixa confuso. as vezes ele me empurra é para cima. e, então, faceiramente, tenho quedas para o alto.

08-11-2006



é uma pena que nem tudo o que dizemos seja bem compreendido. por isso fujo de me permitir encontros reais e adversidades entendidas. é entediante ter que explicar palavras e replicar tudo e outra vez. se me importo com a permanência dos outros em minha vida, vou em busca. o problema é que tenho ido demais. deixe estar. e os tais caquinhos do velho mundo, quem vai colar? meus cacos com cuspe colados. maquiada de medo ela estava. e a menina tudo via, sorrindo para refletores e dizeres ainda desconhecidos. meu espaço é quando, pelo visto.

05-11-2006



entre a cruz e a espada.
entre a razão e o que tem por dentro. superfície de coisas sobrepostas...
é num tempo de coisas não ditas que se acumulam afetos gastos.
estou sóbrio de dores e ressentimentos seus. sou ato cumprido de mim mesmo?
como se sabe o tempo de bastar as coisas?
o escuro é um buraco profundo, pro fundo, pra dentro.
respiro.
suspirações de mim.
espero você no amargo sabor da língua cortante. não precisa voltar ao início.
não precisa dizer frases lindas. seu sorriso feito, de vez enquando, já funcionava.
espero você na próxima estação. quando virá? antes ou depois dela, já que nunca chega na hora, assim como as suas dores e angústias.
o cheiro é forte.
meu coração aperta.
a respiração é falha.
suspiração de tempos em tempos.
respiro.
você está aqui?
Paulo, vai, tá na hora de entrar.
paulo, vai, todos estão esperando.
paulo, vai, acorda.
paulo, anoiteceu.
e o fim? espero o depois dele.
onde estaremos nós no meio de tudo e dos outros.
me invada.
afaste os invernos e as nuvens escuras.
acabe com isso de vez.
é foda o que você quer? venha e tenho sexo e cheiros fortes. tenho vinho e bebidas amargas.
acabaram-se os remédios para dormir, mas a alma está cansada mesmo.
é fim. da espera, da destemperança, do sem tempo. dos sentidos. de você e de mim.
é o fim de nós.
volto logo.
venho já.
o caos já é permitido e toda a minha ordem vem é dele mesmo.
sempre disse para mim: no mês de abril, tudo recomeça e é diferente.
neste ano, neste 2006 sem fim, foi diferente.
os dias continuam de começar o ano ainda em novembro.
e o mundo nem se acabou ainda no ano 2000. 

P>S: Moura, de quem é essa foto?

02-11-2006



madre deus, ave maria santíssima, salve rainha nossa. mãe de deus jesus, salve. tem de piedade de nós, mãe de todos, imaculada, desvinculada do lado certo da coisa errada, salve! eia! dulcíssima maria, mãe de deus, senhora minha! mãe de deus jesus, perdoai-me mãe. nem estou na cruz!

01-11-2006



ouvi uma voz que gritava de dentro. tentei subir e ver algum vulto vago do alto. me vi a mim. me vejo sempre, assim do escuro. mas por dentro me descubro sempre em busca. vezenquando encontro. outras vezes desmorono na conjugação do verbo adultecer. vou indo. talvez nos encontremos lá na frente. eu espero. um triângulo perfeito. mais um. outra vez. amar se aprende amando. no fim de tudo, nós, nossas coisas todas a serem ditas e dissolvidas na maré das lembranças de cada ou todo dia. amém.

18-10-2006



trocando peles. ainda. sempre. um vestido por baixo da pele. um banho depois do dia nascer. ou não. estou para mim, assim como a ave para o seu ninho. me quero quando me quero, quando não, assumo não me querer e pronto. troco peles, reinvento outro. experimento tudo de novo. e o novo nem sempre é a sobra daquilo que não prestava. talvez apenas o que eu desconheça. se não der certo, me conserto, não me engano. sou cigano padilha de mim mesmo. então, de volta, contornando e indo de encontro ao eterno retorno em busca de coisas inéditas e luzes de cores novas que clareiem os dias. beijos em mim.

08-10-2006



ainda arde o amor. o fogo é visto. o de dentro nunca. o de fora é casca, superfície. mas a cobra sempre troca peles.

16-09-2006



foi neste rumo que descobri meu amor. me ame, assim como o amo agora. e nos amaremos assim pra sempre. encarnações existem? então encare de vez se encarnar em mim. tua carne na minha. penetrção de descontroles e abrigos de contra um mundo fútil e terrível. a espera existe. sua vinda, certa. je t'aime.

06-09-2006



voar é simples.

07-08-2006



saudades.
adorações.
gostações.
amarear.
amar.
criar verbos.
buscar palavras.
silêncio.
saudade.
medo?
dúvidas.
buscas.
internas, externas.
esperas.
existem tempos de abraçar.
existem tempos de afastar-se de abraçar.
um grito contido.
um verbo mudo grudado em laringes secretas.
um beijo fotográfico.
uma sensação dormindo.
sonhar acordando ao lado.
acordar sonhando ainda.
sonhar acordado o dia inteiro.
dormir à noite? como?
espera.
silêncio.
saudades. muitas.
aproveite o dia meu querido anjo.
seja feliz.
seja confortável.

31-05-2006



novas viagens de CESSAR FOGO.

25-05-2006

ainda sonharei mais um pouco. espero pelo outro dia com mais calma e as coisas podem ser mais leves. quero cantar que Deus está conosco e ser feliz com os meus. e nos amo.

21-05-2006



tenho pedido um tempo.

15-05-2006



quando a chuva cai sobre nós, continuamos ainda. dizem que ainda pode descer o céu. dizem também que ele é o limite. que a poeira ainda se sacuda como os corpos que dançam em frenesi e transe, e que, depois de tudo, reste ainda todas as coisas e pessoas possíveis. existe sim uma estrada lá na frente. e resistem meus pés para trilhá-la. ORA YÊ YEÔ!

14-05-2006



e eu acho, nem sei como, a porta aberta...

ARTELARIA

primeiro dia.
primeiro tudo.
primeiro encontro.
primeiro café.
os olhos lacrimejam de amanhãns incertos e sorriem pruma esperança à frente.
primeiras coisas que antecedem o depois... 


19-03-2006



É tudo pedra. Meu coração é como um passarinho saciado por uma gota de orvalho.
Obrigado. Obrigado, por esse novo dia.
É você quem me leva. Eu estou em seus braços como uma criança que dorme.
E ao doce suspiro do seu peito, eu sei que você há de me levar para onde deva ir...
Obrigado. O caminho que você escolheu para mim está assanhado de flores.
O sol vai se levantar para nos acolher, meu amor.
Você canta: “A felicidade do pobre parece a grande ilusão do carnaval”.
Mas o carnaval é coisa que se repete. Todos os anos. E antecede as minhas dores de março. Mas eis que chega abriu e tudo se renova.
Vezes estamos juntos nesta transformação. Uma única vez não.
A cobra agora troca de peles de novo. E a cobra sou eu. Nem sei como hei de me vestir neste novo caminho antigo. Mas sei que a sombra das nossas crianças sorrindo ainda vai estar comigo e consigo. E sei, amigo, que ainda temos muito o que brincar.
Quer, quer mesmo deixar de brincar comigo?

EU TE AMO ( Chico Buarque)



Ah, se já perdemos a noção da hora,
Se juntos já jogamos tudo fora,
Me conta agora como hei de partir.
Ah, se ao te conhecer dei pra sonhar,
Fiz tantos desvarios,
Rompi com o mundo, queimei meus navios,
Me diz pra onde é que inda posso ir.
Se nós nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas,
Diz com que pernas eu devo seguir.
Se entornaste a nossa sorte pelo chão,
Se na bagunça do teu coração,
Meu sangue errou de veia e se perdeu.
Como, se na desordem do armário embutido,
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu.
Como, se nos amamos feito dois pagãos.
Teus seios inda estão nas minhas mãos.
Me explica com que cara eu vou sair.
Não, acho que estás te fazendo de tonta.
Te dei meus olhos pra tomares conta,
Agora conta como hei de partir.
Ah!...

Canção para um grande amor (Isabella Taviani)





Mas agora vai
Deixa o vento te seduzir
Deixa o novo sonho te invadir
E não volte nunca mais aqui pra me esperar
Mas agora vai
Lança teu destino em outro mar
Não recues nunca pra ancorar
Nunca pra duvidar
Deixa o sol queimar a tua pele
Deixa o céu forrar a tua cama
Deixa amanhecer
Tua chama
Teus desejos
Mas agora vai
Porque há vida em outra dimensão
Porque há paz no outro coração
Porque com a gente não!
Por que com a gente não?
Mas agora vai
Buscar os novos horizontes
Pousar no colo de outros ombros
Saciar a sede
Do teu corpo louco
Deixa o sol queimar a tua pele
Deixa o céu forrar a tua cama
Deixa amanhecer
Tua chama
Teus desejos
Deixa o sol queimar a tua pele
Deixa o céu forrar a tua cama
Deixa amanhecer
Tua chama
Teus desejos
Vai pra sempre vai
Ser feliz é uma estrada sem fim
Tens a força que eu nunca atingi
Tens a dor
Mas ainda sei que tens
A mim



12-03-2006



é pela paz que eu não quero seguir admitindo. admitindo-me e adimitindo-tes... é pela minha paz. ou pela paz alheia? agora o meu coração é tranquilo. depois? a vida proverá resposta... confundo todos os sinais. não entendo algumas línguas, mas aprendi a falar a minha. falei a tua, ouvi tua voz. gritei. até isso me permitistes descobrir como fazia antigamente... revivi numa exaltação de mim mesmo, onde desvestindo todas as máscaras, assumi a mim. me amei além de ti e dos outros e fui bom ainda assim. agora te aguardo. espero que bem, quando voltares do teu sono. espero que renovado, porque estou esvaziando a minha cota de mazelas na vida. ao menos nesta. e amo.

04-03-2006



Porque o desespero foi o instante em que resolvi anteceder o medo, sentí-lo e encará-lo de frente.
Assumi que te amo, como sempre te amei. Nunca deixei de te amar, mesmo em silêncio, mesmo em ausências e substituições de espaços quando precisava dormir.
É quando tiro o salto e vou pra casa. O mundo inteiro se completa, e eu agora piso o chão. Aberto praquelas possibilidades? Acho que não. Tu chegastes. A primeira noite nem foi minha. Teve nada não. Eu agora durmo e sonho com uma noite mais bela.
Te perdoei, sim, pelas indelicadezas. Foram todas nossas. Também acho que pode ser sem sofrimento e culpa. Mas acho agora. Também sinto tua falta, porque somos portos seguros de nossos barcos.
Me espere, sairemos juntos. De todos os locais, de todos os amores. De tudo...
Quando disseste que pensou: "somos apenas amigos, companheiros de trabalho..." sorri pois foi isso o que pensei até ontem. Até, apenas.
E o desespero é mesmo a antecipação da dor. Foi o que fiz. Doeu, sim. Talvez doa sempre. Como disse Dorara Doralina, " a vida inteira é um doer". Mas agora doer é diferente. É verbo conjugado com calma e dividido contigo.
Saber que ainda me ama é assim. É espera. É retorno a algo nosso que nunca deixamos.
Te amo. te amo sempre. Te amarei ainda e sei que não passa. Nem me interessa mais que isso aconteça.Me interessa que o tempo passe.
Não quero desistir de mim, de minha vida, de meus todos que amo. Quero vivê-los mais ainda e amá-los com mais alguma força.
Porque o desespero tem sabor novo e de viagem. De viagem contigo, quando as coisas se acalmam e se transformam, quando durmo nos teus braços e o mundo inteiro se acaba da maneira mais fácil.
Dormir nos teus braços é pra mim o melhor dos suicídios e o desespero aqui é o escorregar das emoções acumuladas, escoamento para um sorriso frouxo que tu me provocas com coisas simples de ti.
E eu te amo por isso. Porque és meu instante mais preciso. Eu te amo, porque tu és minha dança, me faz dançar, e dança comigo, entre silêncios calmos e vôos solitários bem distantes.
Te amo embaixo do coqueiro, nas dunas, na beira da praia, no quarto, nas ruas, na agitação de nossos dias, nas lágrimas e conquistas. Te amo em tudo que construimos.
E te amar é assim: olhar nosso império, nosso grão de tempo diante da eternidade que nos aguarda.

18-02-2006



Para começar cada dia, eu me lembrarei de estender a mão e tocar em você delicadamente, com meus dedos. Pois não quero deixar de sentí-lo.
Para começar cada dia vou dedicar-me novamente ao processo de ser amante, e depois ver o que acontece.

16-02-2006



Reconstruir.
Subir a vida por ela mesma feito quem sobe por uma teia de aranha.
Deixar que as coisas aconteçam, naturalizem-se.
Deixar você chegar, mais perto, mais certo, mais em mim.
Fazer com que as coisas se ateiem, se aproximem e se tornem ligadas.
Esperar, talvez. Mas agora sabendo que a manhã chega mesmo e dormir não é tão difícil assim.
Ter você, ainda que não tendo.
Ser você, ainda que não sendo.
Amar você e amando de fato.
Eu sou assim mesmo, mais eu, mas levando todos comigo.
Eu sou assim mesmo, me amando, pra conseguir tornar fácil o fato de lhe amar demais.

04-02-2006



É a visão que se refresca num mundo de míope alterado.
Uns dizem que os olhos são a janela da alma. 
Tenho minha janela numa hipnose de imagens novas. 
Tenho um fluxo contido e contínuo diante de mim. 
São carros que não ficam cinquenta segundos sem passar, pessoas que vão e que voltam. São segundas, terças, quartas, sábados e domingos numa ida e vinda, indo sempre. Nem sei pra onde e nem me importa. Estou alterado no tempo de quem para diante das horas e obsaerva apenas, nem atônito nem desatento.
 
Uma sirene vez ou outra me trás de volta. É o meu incômodo necessário.
 
E de cima vejo os que não sabem que estou lá e são desnudos e plastificados, com seu andar alterado.
E é em cima que espero. Toda noite, a chegada de amores antigos, amores eternos, amores novos, amores meus, para os quais agora me dedico a qualquer hora numa dança que se descompassa e fica como de fato estou, feito vento que entra pela casa em dias quentes.
E é em cima que dou colo a um menino que cresce dentro de mim e hora se confunde comigo. Hora não sei mesmo quem necessita e ajudamo-nos a dormir.
E a chave destranca enfim, o cadeado. A chave certa. A que não dá beijos de despedida e nem nada. A chave por fora, de quem não se sabe se volta ou quando volta. O barulho do portão se fechando e o menino sumindo, virando a esquina, a vida ainda indo ao desencontro de nós dois, dos olhos incertos de quem não afirma mais nada, nem a tentativa nem a possibilidade de outra estrada. Não se assume mais nada! E o peito acelera e agita a sala de tecidos mudos e sem fala. 
A pouco tecidos todos em você, você bailava neles. Agora nada. Agora nem o tempo resiste e passa. Agora apenas o beijo guardado nos lábios. O beijo dado, sim. O beijo roubado, o negado e o aceito. E o último. O que fica sempre esperando o próximo. O beijo da faca cravada na palavra volta.

25.11.10

Panic At The Disco - She Had The World.


Ela segurou o mundo sobre uma corda
Mas ela não nunca me segurou
Ela afiou as estrelas em suas unhas
Mas isso nunca a fez feliz
Porque ela não poderia nunca me ter
Ela disse que ela havia ganhado o mundo em um carnaval
Mas ela nunca poderia me vencer
Porque ela não poderia nunca me pegar.

para ouvir:


http://www.4shared.com/audio/LNUsbApF/Panic_At_The_Disco_-_She_Had_T.htmhttp://www.4shared.com/audio/LNUsbApF/Panic_At_The_Disco_-_She_Had_T.htm

22.11.10

Balada De Gisberta

Perdi-me do nome,
Hoje podes chamar-me de tua,
Dancei em palácios,
Hoje danço na rua.
Vesti-me de sonhos,
Hoje visto as bermas da estrada,
De que serve voltar
Quando se volta p’ró nada.
Eu não sei se um Anjo me chama,
Eu não sei dos mil homens na cama
E o céu não pode esperar.
Eu não sei se a noite me leva,
Eu não ouço o meu grito na treva,
E o fim vem-me buscar.
Sambei na avenida,
No escuro fui porta-estandarte,
Apagaram-se as luzes,
É o futuro que parte.
Escrevi o desejo,
Corações que já esqueci,
Com sedas matei
E com ferros morri.
Eu não sei se um Anjo me chama,
Eu não sei dos mil homens na cama
E o céu não pode esperar.
Eu não sei se a noite me leva,
Eu não ouço o meu grito na treva,
E o fim vem-me buscar.
Trouxe pouco,
Levo menos,
E a distância até ao fundo é tão pequena,
No fundo, é tão pequena,
A queda.
E o amor é tão longe,
O amor é tão longe… (…)
E a dor é tão perto.


Composição: (Pedro Abrunhosa / Pedro Abrunhosa)

Romeu: Agridoce


Esqueci minha boca no teu corpo
Pensei que isso te faria meu
Usei de artifícios, gastei Meus truques
Depois, quem escapou fui eu

Não pense que eu não desejei
Não diga que eu não quis
é só que eu me assustei
Ao me ver tão feliz

Colei os meus olhos no teu mundo
Guardei cada passo teu
Mas eu, julieta, presa nesse pacto
Você, o meu romeu

Entenda esse lado bom
Nem tudo é aflição
Ficamos com o sonho
Ao invés da punição

Não pense que eu não desejei
Não diga que eu não quis
É só que eu me apavorei
Ao me ver tão feliz


mentira sincera

veja meu bem, que hoje é domingo.
eu não choro, não sofro, sou de paz e alegria.
tristeza, não estou. saudade, volte outro dia.
eu não sou boa companhia. se o amor quer me deixar, me deixe num domingo.
nem vou reclamar e posso até achar que ficar só é lindo...
domingo a minha vida é um circo. eu sou o trapezista.
alguém avise a dor que não insista!

receita.

o que se faz diante da palavra não dita?
o que se faz quando a realidade grita, se agita à frente?
as músicas tentam sem sucesso preencher.
que tempo e espaço?
que corpo tem força?
a realidade é que se estira à frente.
e o abraço forte que sara sem saber!
então é assim... altos e baixos.
e um nome próprio que se realiza...
não existem mais fantasmas.


não ter nem dar notícias.


não tem receita.

21.11.10

Like A Prayer

A vida é um mistério, todos devem permanecer sozinhos
Eu ouço você chamar meu nome
E me sinto em casa

Quando você chama meu nome é como uma pequena oração
Estou de joelhos, eu quero te guiar
A meia-noite eu posso sentir seu poder
Como uma oração, você sabe que te guiarei

Eu ouço sua voz, é como um anjo suspirando
Eu não tenho escolha, eu ouço sua voz
Sinto vontade de voar
Eu fecho meus olhos, Ó Deus acho que estou caindo
Fora do céu, eu fecho meus olhos
Deus me ajude

Como uma criança você sussurra suavemente para mim
Você está em controle como uma criança
Agora estou dançando
É como um sonho, sem fim e sem começo
Você está aqui comigo, é como um sonho
Deixe o coro cantar

Como uma oração, sua voz me guia
Como uma reflexão pra mim, você é um mistério
Assim como um sonho, você não é o que parece
Como uma oração, não tenho escolha
Sua voz pode me guiar

Como uma oração, te guiarei
É como um sonho para mim


20.11.10

reformulando no meu peito!

Quero?
Não, não quero: Nenhum beijo que seja sem espaço para me perder...
Pois desses nunca tive!
Sei de onde venho e desejo você para onde vou.
Cadê você?
Me guia?
Meu guia?
Nada de mais, nem sinais, nem rádio, nem cais.
Silêncio...
Minha astronave nem é efervescente.
Resiste!
Sou de longe, mas não sou do Planeta Vermelho.
Nunca fui de Vênus também.
Nem mordo, nem soco, nem nocauteio.
Não assopro nem aliso: provoco, mas nunca permito.
Ultimamente, só insisto.
Tenho um destino: meu dono.
Nun-ca-co-mo-fo-ra!
Portanto, as mãos permanecem enxutas.
Quando tem quintal?
Cada um de nós.
E de nós atados em coreografias.
Dois...
E no terreiro do teu olhar, que incendiou meu coração...
Não, nunca fui raro, nem caro, nem tampouco claro.
Flutuou, levitou, duas horas no asfalto...
Chegou?
Onde estará o meu amor?
Eu e a felicidade: adeus, com beijo na boca e abraço na calçada.
Mais um desejo inflamável.
Nunca fui natural: confesso. Sossego.
Você também?
Nesse mundo pequeno de tempo e espaço Adoro um milagre:
VEM!

15.11.10

subida da Serra de Maranguape.

à frente, um vazio. 
poderia me desesperar com a falta. 
mas tem sido prazeroso preencher. 
sinto saudade, então. 
e agradeço a Deus, também, por isso!

daqui a pouco divido o fim de semana estiradíssimo!

: voa andorinha, voa! 

10.11.10

amar: libertar. deixar livre. deixar sair, se esvair, se extrair, se expatriar!

amar...
sempre soube que difere amar de ter.
mesmo assim soube, a vida inteira, possuir.
enquanto tenho a sensação de posse, tenho segurança.
quando o barco balançou, sacodiu com ele meu coração.

ter...
sempre soube que nunca poderia ter e nem ser de.
no entanto sempre paguei um preço: o da entrega.
nunca soube pagar a iniciativa, sou romântico demais para ir além dos sinais.
se me abrirem as portas entro. somente...

abrir...
as portas não têm trancas e por isso mesmo, vezenquando, finco as unhas, grito, choro,
pedindo que fiquem que nunca partam.
não adianta.
as portas nunca vão ter trancas.
os laços do amor são de nós folgados, bem frouxos.
e só assim se ama.

amar: libertar. deixar livre. deixar sair, se esvair, se extrair, se expatriar!

voa, andorinha, voa!

9.11.10

quando me desprendo do trapézio

Ó garrafada das ervas maceradas
Do breu das brenhas
Se adonai de mim
E do meu peito lacerado.
Ó senhora dos remédios
Ó doce dona
Ó chá
Ó ungüento
Ó destilado
Ó camomila
Ó belladonna
Ó phármakon
Respingai grossas gotas
de vossos venenos
Ó doce dona
Ó camomila
Ó belladonna
Serenai minhas irremediáveis pupilas dilatadas
Ó senhora dos sem remédios
Domai as minhas brutas ânsias acrobáticas
Que suspensas piruetam pânicas nas janelas do caos
Se desprendem dos trapézios
E, tontas, buscam o abraço fraterno
E solidário dos espaços vácuos.
Ó garrafada das maceradas ervas do breu das brenhas
Adonai-vos do peito dilacerado e do lenho oco que ocupo.


 
Texto Feitio de Oração de Wally Salomão
Extraído do disco Cânticos, Preces e Súplicas
à Senhora dos Jardins do Céu - 2000

4.11.10

SAFENA

Sabe o que é um coração
amar ao máximo de seu sangue?
Bater até o auge de seu baticum?
Não, você não sabe de jeito nenhum.
Agora chega.
Reforma no meu peito!
Pedreiros, pintores, raspadores de mágoas
aproximem-se!
Rolos, rolas, tinta, tijolo
comecem a obra!
Por favor, mestre de Horas
Tempo, meu fiel carpinteiro
comece você primeiro passando verniz nos móveis
e vamos tudo de novo do novo começo.
Iansã, Oxum, Afrodite, Vênus e Nossa Senhora
apertem os cintos
Adeus ao sinto muito do meu jeito
Peitos ventres pernas
aticem as velas
que lá vou de novo na solteirice
exposta ao mar da mulatice
à honra das novas uniões
Vassouras, rodos, águas, flanelas e ceras
Protejam as beiras
lustrem as superfícies
aspirem os tapetes
Vai começar o banquete
de amar de novo
Gatos, heróis, artistas, príncipes e foliões
Façam todos suas inscrições.
Sim. Vestirei vermelho carmim escarlate
O homem que hoje me amar
Encontrará outro lá dentro.
Pois que o mate. 

Elisa Lucinda  
 




2.11.10

a casinha de madeira.


quais amores cabem na casa?

quais nunca caberão?

descobri meu corpo casa e, sendo casa, 

abriga e guarda.

é bom amar e descobrir amor.

 

amores da casinha de madeira.


amores da casinha de madeira.


amores da casinha de madeira.


amores da casinha de madeira.


amores da casinha de madeira.


cinco em ponto!

 
                          “A renda dos sons na trama das cores costura a melodia
                       tecendo ponto a ponto com a linha das vozes o canto da vida!"

             Domingo, 07 de novembro,  Cinco em Ponto estréia o show "Retalhos"
   dentro do projeto 'Domingo Musical' do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.
                                                          Esperamos vocês lá!


Auditório do Dragão do Mar

Dias 07 e 14 de novembro
Horário: 18h
Ingressos: 2,00 e 1,00

Aíla e eu

Aíla Sampaio
Não facilite com a palavra amor. Não a jogue no espaço, bolha de sabão. Não se inebrie com o seu engalanado som. Não a empregue sem razão acima de toda razão. Não brinque, não experimente, não cometa a loucura sem remissão de espalhar aos quatro ventos do mundo essa palavra que é toda sigilo e nudez, perfeição e exílio na Terra. Não a pronuncie se não for capaz de sentir verdadeiramente o que ela representa...
Paulo José

menina das traduções de mim. mais uma vez me perdi nesta palavra amor, mais uma vez apoiei-me em nuvens e, agora, solto no espaço, encontro em tuas palavras as letras que não se formam em mim de dentro para fora. como tantas vezes fiz, vou te roubar, me explicar por ti, me reinventar. afinal, nascerei de novo e novamente sem datas: terei dias apenas a ver passar.


palavras das músicas.


Vem,
Eu vou pousar a mão no teu quadril
Multiplicar-te os pés por muitos mil
Fita o céu,
Roda:
A dor
Define nossa vida toda
Mas estes passos lançam moda
E dirão ao mundo por onde ir.
Ás vezes tu te voltas para mim
Na dança, sem te dares conta enfim
Que também
Amas
Mas, ah!
Somos apenas dois mulatos
Fazendo poses nos retratos
Que a luz da vida imprimiu de nós.

Se desbotássemos, outros revelar-nos-íamos no Carnaval.
Roubemo-nos ao deus Tempo e nos demos de graça a beleza total, vem.

Nós,
Cartão Postal com touros em Madri,
O Corcovado e o Redentor daqui,
Salvador,
Roma - Bélgicas
Amor,
Onde quer que estejamos juntos
Multiplicar-se-ão assuntos de mãos e pés
E desvãos do ser.


Um dia
Encontrei Rosa Maria
Na beira da praia a soluçar
Eu perguntei o que aconteceu
Rosa Maria me respondeu
O nosso amor morreu
 
Eu não quero mais amar
Pra não sofrer ingratidão
Depois do que eu passei
Fechei a porta do meu coração
Eu dei a ela todo o carinho
E, no entanto, acabei sozinho

:Os Passistas, com Caetano Veloso
:Fechei A Porta, Rosa Maria, com Teresa Cristina 
:Para ouvir, na ordem: