xok:

agora... adentre: entre: se toque, se pop, se top, me provoque!

17.7.11

:

grita então, grita. 
de uma vez só se agita 
e risca o chão 
com alguma faca afiada que desarme essa minha alma alada que nunca fica, 
só vai, 
voando sempre sem voltar jamais. 
sai de mim se for capaz! 
mais ainda: 
tira-me para dentro de si se for bem forte, 
meu rapaz! 
mas, do contrário: záz!

:



hoje se rebuliçou daqui uma coisa corroída.
roída.
uma ida, uma ida uma ida que não vai nunca nem finda.

hoje em mim por dentro um grito baixo eu soltei.
sorrindo por fora.
tudo é azul, amarelo e pedra lilás.

_vai embora...

não quero mais, não quero mais, não mais.
ai, meus ais...
cada ai que sai desamargura um trecho, afrouxa uma musculatura e na tessitura de cada um desses rangidos, meu amigo, eu vou rugindo, rangindo dentes e serpentes.

não me ponha panos quentes, hoje é sexta e vou me desarvorar, me desflorestar, me desarrematar e desabastecer na farra de alguma virtualidade possível.
me embriagarei de várias teclas e beberei de muitas setas, de cursores e humores, de curtir em curtir vou encher meu papo de galinha assada em resistência à cabidela!

chega de me rir de mim mesmo: vou fugir torresmo em vegetais: quero ser pepino no cu dos outros, quero ser a cara entortada da tua vizinha quando eu passar, quero assar em mar quente pegando fogo, quero virar esse jogo, desdobrar essa palavra, essa coisa fechada que não me deixa viajar pra lugar, que me prende: que se abra, que se abra que se abra!

alguém aqui comigo se rende?

:



deveria dormir.
tomar banho, comer, dormir...
normal.

pintei uma unha de azul jeans intenso.
precisei de cor e de incenso
mas lembrei em mim alguma alergia a cheiros...
que cheiros, meu Deus?
ando tão esquecido!

poleiros adormecidos de mim mesmo.
canteiros em desconstrução do que vejo e nem se quer percebo.

quero colo?
deveria dormir, já que fiquei sozinho, que a casa está vazia.

banho, cama, comida, roupa lavada, quente e fria.

meus cheiros...
meus meios...
um derradeiro pedido a mim mesmo:
vai, vai vai!

arrebate-me os dedos, os medos e os ais!