xok:

agora... adentre: entre: se toque, se pop, se top, me provoque!

26.12.12

Será?
Será, daria certo assim, você e eu?
Você se disse ateu e eu... meu Deus... eu crente demais!

Você pensa que sim e eu acho que não...
Como assim rapaz, seguir o coração?

Será?
Será, você não acreditando em nada?
E eu, por minha vez, acreditando em tudo e em tudo de uma vez...


Você pensa que sim e eu já não acho nada!
Como assim rapaz, ouvir o coração?

Será?
Será, pois se eu desacredito de você e eu?
Você, já de primeira, achou uma besteira até ver para crer...


Você crendo que sim e eu já não penso mais!
Como assim rapaz, sou mais ateu que você?



16.12.12

Baticum



Baticum na minha com a sua
Assina a sina, assim...

Vem, vacina nua crua e nua
A minha a sua em mim

Tem de mim batida leite e sua
Em mim aqui daqui prali

Baticum vacina leite em lua
A minha sua sina, assim

5.7.12

ouvi.e era como se de novo ouvisse.era novo ou antigo o que eu ouvia?reconheço o cheiro.mentira, sonho, realidade, inventos...tem uma luz, mas o cheiro insiste em minhas mãos.adoro seguir o dia com aquele cheiro nas mãos.saber que o sol se põe, pequena morte, saber que a escuridão se desfaz quando a luz lhe rasga, ainda que pequenina,saber que o fim é um começo, saber que o meio bem que sabe ser inteiro.


eu vi.e era novo se de novo eu visse.era seu ou era meu onde me via?desconheço os meios.se vira, tonto, outras idades, sentimentos.tem uma rua em que o cheiro resiste em suas curvas.eu recoloco tudo em giras de noite, tarde, manhã...saber que o sol nasce, sem datas renasce!saber que a claridade se vai quando a luz se apaga e é enorme feito riso de menina!saber que o começo tem fim.saber que todo inteiro tem um meio.


eu sei de tudo isso e mais ainda, sei sim!eu ouvi, vi, cheirei e gozei de tanto disso.o que passou, se passou, já se foi.sou eu quem abro os olhos, os poros e estico os dedos.vem, cara, se desarrasta de teu canto e se apruma no meu gemido antigo!me inventa um novo rugido, coisa de ninar em meus ouvidos.me tira a rima, me desfaz a crina, me retira a tirna da cara assanhada de Catirina malina!me desensina a sina de baixo, de cima, de sobe, desce e reanima!me desiste de achar pouco, se quero muito.me desiste de achar que é muito se quero tecos.me diz isto e aquilo e me vicia em liberdade, caprichos e vontades!me recoloca no meu boteco,me desloca no meu passo reto e, depois de tudo,fica quieto, calado, mudo, me aguenta que vou com tudo!




3.7.12

quer saber?
quando você chegou, insistiu no que só você percebeu,
você me viu foi assim:
sem fogo, sem viço, sem mim!


quer saber?
as minhas rugas não contava mais!
o meu cabelo não mudava mais.
a minha pele, meu corpo, meus músculos: nenhum capaz!


quer saber?
você chegou em tempo de seca, em terra seca,
com plantas daninhas por todo lado!


quer saber?
você me achou foi numa frieza!
eu fui frieza, fui gelo duro, eu sei, fui congelado!


e você ria!
com seus olhos ardentes, contentes, você ria!


e eu...
eu não entendia!
por que minha terra seca molhava?
por que meu gelo duro derretia?
eu não entendia nada! e você ria!


não entendia por quê você lembrava alegria...
você me lembrava todo dia...


você ria e me fazia abrir
na minha pele seca congelada
abrir riso frouxo em madrugada
eu acordava, lembrava e ria!
não entendia...


depois olhei perdido num espelho...
eu era lindo!
meu Deus, como era lindo o eu que eu via...
era maior que muito mar inteiro, eu era lindo!
e você rindo.


eu rindo e desistindo de ir resistindo...
eu rindo.
você rindo!
e você, assim, sempre insistindo,
agente rindo!


e os fantasmas nunca entendem nada!


e os fantasmas nunca entendem nada!


e os fantasmas nunca entendem nada!


e os fantasmas nunca entendem nada!


e os fantasmas nunca entendem nada!


e os fantasmas nunca entendem nada!


e os fantasmas nunca entendem nada!


e os fantasmas nunca entendem nada!


e os fantasmas nunca entendem nada!


procurei no corpo o órgão que bombeia meu sangue

para que alto caiu? alguém luz gente vento anjo surgiu...escuridão.fim.que estrada?que ida?sinto nos lábios o gosto de um beijo.que lábios?

em que asas meus desejos?não creio ter sido uma questão de salvamentos.se me afoguei, foi em terra firme:desvire a placa de contra mão e siga adiante: se adiante:eis-me aqui: eis a que vim: abrir braços e coração:sempre: outra e mais uma vez!


por onde em volta me seguraria?e se meus joelhos não me firmarem em pé?onde cairia?não aos seus pés, nem em seus braços: nunca: feito sempre: tudo ida, tudo busca: somente.


entre a verdade e a mentira, fiquei com a palavra que lavei em meus abraços.


em chuva eu queimo,em fogo molhei os seus sorrisos.


quede nós, amigo?


dentro de mim desmora um nome.desmorona-me um monte: avante, avante, coragem, marchemos!


dormir não é a mesma coisa. mas é outra coisa. dormir e acordar também se reinventa!


entre a verdade e a mentira, perdi amigos, perdi queridos.e quando foi a última vez?


rum...eu rindo.


deixe-me ir.preciso andar!



22.4.12

grande, pequeno, forte, frágil.

quero beber desta bebida,
da tua bebida derramada, depois de desarrumada na xícara arrumada na mesa da sala.

porque sempre que ouvimos FIM cometemos outras coisas:
sim, assim, nos metemos de novo e é bom.
sim: somos bem metidos!

vi a moça resistindo.

pensei, quando vi aquela rosa grudada com uma fita gomada na parede:
pensei:
pensei nada.

tinha uma coisa manchada de vermelho em volta,
palavras desfeitas como letras escorridas.

a rosa:
a letra:
a tinta:

em mim tudo se agita:
a voz é doce em meu ouvido.
a pele é outra,
outra textura,
outro calor,
outra cor,
outro odor,
outra pele.

e meu ouvido só escuta...

vi caminhos.

doer dói sempre.
e daí, se a vida é um doer?
sofrer é se deixar transformar.
líquido, sólido, gasoso.
senão não tem graça.
sofrer pra que, pra nada?

meus caminhos:
me despedi dos meus caminhos:
dos que percorri:
dos que sonhava percorrer:

meus caminhos:
abri o mapa de novos caminhos:
os que quero e não conhecia:
os que me querem e vou conhecer.

doer dói sempre?
não. hoje vivo sem doer!

vi o grande lápis e a folha em branco.

e era do tamanho daquela pessoa sem sexo.
repensei: hoje, mais uma vez, quero o nexo.

o que escrever com o grande lápis maior que a folha grande e a pequena pessoa?

não sei mesmo se preciso escrever tão grande coisa, tão grande história:

no fundo: sou poesia de abóbora:
no escuro: sou andorinha:
no raso: sou fato sem dados:
no claro: é tudo mentira:

nada lhe diz, nada diz de mim mesmo.

recomeço:

com o grande lápis eu não escrevo: eu contenho histórias.

vi, é sobre um homem.

e eu sou diferente.
não é bem uma qualidade, mas tenho pingos de chuva.
dois preços: iniciativa e entrega.
dois preços, moço, para que eu lhe pertença!

sempre fui muito bom em pagar o segundo.
seria capaz de pagar o primeiro?

sim, ser diferente assim, com cores de cortar a chuva, me custa caro.
sou bem mais difícil do que o que vai encontrar por aí:
sou normal.

você é capaz, moço, de pagar e provar deste meu mal?

(tomara que não. ainda tenho coisas pela frente).

vi corações iluminados em cores.

havia um muro. por trás do muro eu via, por cima de tudo:
prédios, nuvens, casa, cascas, ruas, luas:

corações desembrutecidos e luminosos coloridos e acesos sobrevoando feito balões!

tanta beleza!

e eu?

estava do lado de lá.
deste lado que eu via, eu via com antigos olhos: olhos seus.

e eu?

quede?

quede, meu Deus, aquele desnutrido eu?

talvez tenha alguma resposta quando chegar colorido deste mundo para o qual fui levado.

atenção: ser levado: é coisa inclusive de quando se permite.

permita: mas só se for de jeito e de forma divertida...


vendo: aqui será sobre o coração

curar: me lembra ferida aberta:
curativo: me lembra tampo em ferida aberta:

mainha: limpava, passava remédio: fechava:

cicatrizava.

cicatrizar é ficar curado?

existe então uma outra coisa que é a marca da cura.

mas como se diz: não lhe diz respeito.

ah, sujeito de vontades e defeitos!

desde quando se tornou protagonista na vida?

então eu vi os escritos, os desenhos, os inventos.

sorri por dentro pela independência:

eu aspirei, Marcinho, o cheiro perigoso da liberdade e agora nada é tarde. nem cedo.

de nada eu tenho medo:
tudo agora é motivo:

segredo:
fui movido!

quando vi, matei alguém e não foi você

quando vi que matei alguém...
quando vi que matei...
quando vi, matei.
matei, matei, matei, matei!

matei alguém e não foi você.

não diria aqui a forma ou o requinte, saberia se pensar, você, o jovem morto assassinado.

então é jovem o moço que matei.

matei porque antes de mais nada ele deveria provar o sexo.

e eu disse:

calma, não me venha pedir em namoro depois do segundo beijo que me roubou.
conheça o sexo.
o sexo é importante.

não seja romântico. não agora.
teremos tempo para sermos românticos.
sejamos honestos. por hora isso me basta.

seu beijo era bom.
seu cheiro azedou depois que me pediu em namoro sem conhecer o resto, sem conhecer a intimidade da cama depois do sexo.

não, menino, aprenda: não se pede em namoro depois do segundo beijo, mesmo que meu beijo seja muito bom!

nem só de beijo vive o homem, mas de toda sorte de secreções que se tornam palavras e Deus!

matei alguém,e, ah... nem foi você!

de quando vi a pequena esperança.

tudo em volta, tudo negro, tudo preto, tudo escurecido e ao mesmo tempo tão pouco sujeito, tampouco desfeito, tão rouco de um jeito esse monte de mancha em mim que ao contrário de sujo me pareço refeito: defeito: sempre acho um jeito: sempre troco de peles: mesmo agora, quando um ponto vermelho me parece o estouro de qualquer bomba, qualquer músculo que se enrijece e se desfaz: eu fui o primeiro rapaz? eu fui o primeiro homem? eu fui o primeiro menino? eu fui o primeiro, menino? quanto é confuso ser um músculo obtuso quando o desejo é penetrar: que quer dizer entrar: mas como se penetra e permanece se o movimento é de entra e sai? quanto é confuso ser de um músculo vermelho escuro tanto quanto o que vejo espaço para entrar: que quer dizer ser penetrado: mas como se deixa ser permanecido se o que penetra ali tem caminho certo de volta? em volta, tudo negro e espedaçando-se em manchas, tudo preto no branco, tudo escurecido (de dor? de medo?) e ao mesmo tempo me sujeito a ser a pequena coisa vermelha desenhada naquele espaço: esperança: outra: início: recomeço: e me refaço: novas todas as coisas: porque hoje é domingo e não vou arrumar o quarto: limpas as veias: artérias: movimento de pintor ao contrário: tudo é de dentro para fora: tudo de antes, de muito tempo: tudo é simples: tudo é agora!

enquanto vi a praia do Mucuripe.

sensação de ter estado.
ser e estar.
esses dias se distanciam muito um sentido do outro.
eu estive, agora sou.
lá atrás, quem era, meu Deus?
era eu?
tinha um vulto ali.


tudo me parece parado, feito som aconchegado fora do corpo.
mas havia um movimento ali. era luz.


me ilumina.


penso sem resistir.
desistir não é verbo que se conjugue.
trocar de laços não é desembrulhar os presentes.


e o mar?
tinha uma luz diferente.
a minha luz é outra.
hoje quero cores: aquelas que não conheci.
lugares: aqueles que não vivi.


hoje terei movimentos imprevisíveis.


antes: desestrutura: hoje: enturva o primeiro passo e a primeira vista: quanto a mim estou sorrindo.


tudo passa.


passou?





15.3.12

:

Gosto de como te vestes escondendo o corpo e vem ao meu encontro. 
Gosto da mão tatuada que me estendes e aperta a minha devagar, 
mas com força. 
Gosto do sorriso na pele descuidada que não consegue esconder a cor tão bonita. 
Gosto até do cheiro. 
Gosto porque me emprenhaste das palavras que precisava dizer agora, 
que me vieram com a tua lembrança. 
Ou seria imaginação? 
Será que seria memória?
Gosto da mentira. 
Da imaginação de tuas mãos ágeis em mim. 
Gosto de tua fome que nem é de água nem de comida e que posso matar. 
E mato. 
De verdade ou de mentira? 
Mato. 
Gosto dos teus vícios,
porque tenho também os meus, 
mas liquidarei os teus na medida em que fores liquidando cada um dos meus. 
Seriam nossos vícios um só, 
com vontades e horas distintas? 
Nunca fui ateu.
Creio até no que desinvento!
Vem:
Sou eu teu melhor intento. 
Vem:
Te aguento.