xok:

agora... adentre: entre: se toque, se pop, se top, me provoque!

27.10.10

desabafo.


em mim um tempo.
o que cabe entre dez anos?
o que é um espaço, pedaço de ponte entre a saída e a chegada?
penso sobre o que me afasta das coisas passadas.
e o que haveria de me aproximar do futuro?
quando?
desenvolvi em mim uns hábitos. e, de repetir, me acostumei a temer pelo final das coisas. algumas coisas são improváveis, pelo único fato de poderem se acabar! o poder de se acabar não deveria ser um poder. nem um previlégio! mas acontece...
e aconteceu. eu espero entender o que determina este vácuo, este buraco, este pedaço de ponte solto no espaço... é nele, neste espaço, que um universo de dúvidas e anseios ganham velocidades descomunais.
sinto por dentro uma saudade. principalmente de uma tranquilidade de não ter que ter. é triste estar tendo que se ter. este verbo para se conjugar se não for bom é ruim, digo, claro que se não for uma coisa é outra, mas se não trouxer em si o que pode de bom, de valoroso, de primordial em ter, trará a desgraça de uma posse meramente perversa.
sei lá, hoje, qual é o seu estado de graça? sei lá, hoje, se trata-se de você esta minha dúvida!
ah, então eu tenho um você...
será que além de um, será que seria possível povoarem neste universo de minhas questões tantos vocês quantos fossem possíveis de resistir ao tempo, ao espaço penoso que cabe entre dez anos?
mas não se tratava unicamente de uma dúvida. a dúvida é o rabo desta história, vem arrastado, arrastando-se.
eu cheguei a dizer que sentia uma falta? ou apenas pensei que sentia e sabia então a falta em mim, por dentro?
que importa? sinto falta.
estou sendo consumido por uma falta de coisas que se perderam para sempre neste espaço entre hoje e dez anos passados. quem eu era mesmo ali? quem está cá e quem ficou de um para o outro?
me resta um pouco de convicção. tenho coerências e, se não falo coisa com coisa, se não declaro meu escândalo contido é porque não cabe, não... não cabe. e pronto. pronto. não cabe.
me parece uma questão agora de falta de confiança.
então, se ainda não sei se confio ou se desconfio, devo me aquietar. perceber o tempo. o espaço. de novo dar tempo ao tempo. sempre me arrependo disso. mas hei-me mais uma vez, lançado flecha átomo e pepita ao léu da minha estrada, se é que tenho uma.

26.10.10

EX-PRESSION (YANN MARUSSICH)



Apertar e afrouxar ou um homem, um tomate.

Quando é permitido, o que nos impede? Estava ali, aquele homem numa cruz horizontal e um convite. Ou seria uma possibilidade? Parafusos e ferramentas... Pergunta e resposta. Eliminação de sentimento de culpa? Liberação? Quem aperta e quem afrouxa torna-se da obra. O jogo seria por quanto tempo? Quem quer ir até o fim, entendendo então findar, encerrar?

O tomate é um termômetro daquilo que pode acontecer ao homem, ou uma metáfora da fragilidade do corpo? Afinal, na mão de quem se concentrou o poder? Naquelas que manipularam as ferramentas, ou na do artista que, de cima do quadro que segurava o corpo, poderia dar a qualquer tempo um sinal para acabar?

O final se dá antes do fim: quando se percebe que todo poder tem um limite... O mais estranho de tudo são as interjeições escapadas de quem descobre o limite do poder.


MANUAL PARA UMA INSTALAÇÃO.


INSTAURE-SE: marque as opções, mas as suas, somente, e complete:

(  ) duração mínima de ______;                        
(  ) grande possibilidade de suportes;
(  ) repetição;                                                     
(  ) recursos de multimeios;
(  ) permanência;                                               
(  ) questiona espaço e tempo;
(  ) ambiente fechado;                                      
(  ) é passageira;
(  ) relação com o espectador;                          
(  ) ___________________________;
(  ) existe antes e depois da exposição;            
(  ) ___________________________;
(  ) é montada na hora;                                     
(  ) ___________________________;
(  ) provoca sensações;                                     
(  ) ___________________________?



: na imagem: Mono - Marcelo Evelin/Demolicion inc. + Núcleo do Dirceu.

TRISHA BROWN - EARLY WORKS

Fardas de trabalho, comércio, praça, roupas de ensaio, figurino: cores, texturas, formas: o que toda essa mistura indica? O que acontece na cidade?

Revela-se também a coreografia de um corpo que vê: e o que está em cena quando o de fora encena? O olho concentra no fora e o ouvido captura o agora: mas tudo vem de um passado e permanece: mais ainda: dialoga.

Do vídeo para a Praça do Ferreira: um encontro com a História da Dança e uma sensação de continuidade.

Fora + dentro + aberto + fechado + longe + perto = lhe toca somente o que o seu olho toca? Quando não se vê/enxerga, o que se comunica com seu corpo?

Como uma mesma obra se revela diferente, alterada pelo espaço? É tudo tão simples: é só isso mesmo. E é isso tudo: é daí que descendemos: é um rito de passagem, então: chegamos ao hoje. Muito prazer, isso é Dança!


PEQUENA LEMBRANÇA DAE UM DIA QUE VEM: intervenção com Aspásia Mariana


Em torno de...

Que, com quem, por que e para onde, quando em torno de e quando centro, meio, antiperiferia, lugar tomado.

Sobrepostos desdobrados, origami desfeito, refeito:
nova / outra forma: sapateado + e - técnica + (  ) + dança contemporânea x ? =

dia 26 , depois das 20h, esquina da São Paulo com aFloriano Peixoto,
chegar junto para atravessar ou entornar!

:FOTO: aLEX hERMES

24.10.10

justo Denise e Felipe


Daqui a pouco!
19h30 Teatro Dragão do Mar


“Justo uma Imagem”, de Denise Stutz, é uma obra construída em parceria com o artista visual Felipe Ribeiro. Ela nasce dos encontros entre esses dois criadores e as suas matérias-primas: a imagem e o corpo. Na obra estão as inquietações, os afetos, as memórias.


23.10.10

daqui a pouco!

logo mais às 15h30 a Trisha Brown Dance Company (EUA) se apresenta na praça do ferreira. a cia. comemora seus 40 anos de trajetória com 12 trabalhos em fortaleza. veja mais: www.bienaldedanca.com

dan - DEVIR ANCESTRAL



Antes de tudo, respeito.
Convicções e seus derivados: fidelidade a princípios, onde correntes estéticas dominantes são sedutoras, mas para que se dialogue com elas, intervindo, interagindo com aquilo que se poderia revelar como uma musculatura estrangeira.
Dan - devir ancestral: Eco-éticas, político-poéticas, relações: corpo e natureza.
Novo ciclo inaugurado: Ecoperformance.
Maura camaleoa, quando morador e casa, corpo e planeta se confundem.
Está ali todo um legado independente de sua vontade: indígena, africano, europeu e asiático, como está também aquele herdado espontaneamente, adotado pela força das afinidades. Em cena seu corpo é um arquivo mitológico vivo, sua voz editada é uma energia condensada em matéria que não perde força. 
Este seria um espetáculo multimídia, não apenas pelas diversas linguagens, mas, sobretudo pelos meios todos com que o corpo em cena se comunica, quando fala, goteja, canta, eriça, dança, ressoa, resiste, revela e resguarda. Este corpo que é solidez e ao mesmo tempo fluxo, ao mesmo tempo é o objeto e é o processo desta relação em transformação constante.
Por isso devir, por isso lugar onde as coisas adquirem velocidade. Por isso mesmo não para: o que fica são as perguntas, as coisas suspensas em uma musculatura absoluta. 
O que fica é o grito pedindo MAIS! Só que agora, a sede é desta arte que se dispõe e manifesta!



17.10.10

amanhã: algodão...


explique a minha paz:
tristeza, nunca mais!

mu{dança}


Luiz diz:

vc é de um todo da mudança

mu{dança}


eu sorrio...

lembro da poesia.
nesses dias de mundo kane é tão preciso:

"Onde há perigo, cresce também o que salva".
(Holderlan)

novo ovo



sabe?

esses dias me abusa
as palavras que não cabem em boca.

vamos de novo?


15.10.10

14 anos de Bienal: minha história.



para mim, a Bienal de Dança do Ceará começa em 1999.

eu, aluno do Curso de Arte Dramática e sedento em ter um corpo que falasse.

primeiras visagens: Cajueiro Botador, de Silvia Moura, A Dança de Clarice, de Andréa Bardawil e Catu Macã, de Anália Timbó.

era assim a Bienal, cheia de sopetões... tudo ao mesmo tempo: diversos meios, diversas formas e um olhar mais que aprendiz: um olhar que queria, desejava, ainda sem saber, sendo iniciado naquele mundo que se mexia.

depois me lembro de um moço (Cláudio Bernardo) descendo, pendurado do alto até uma mesa. tinha tanta coisa naquele trabalho, mas descobri que o barulho da unha dele era cena e comecei a entender dramaturgia em Dança.

então foi este o início: um convite ao incerto que varia.

engraçado... cearense é tão "acanaiado" que deve ser o único povo do mundo a ter bienal todo ano! e é tão bom! sempre me entorta, me tranforma e põe o pensamento em caminhada: nos eixos, nada sobrevive, tudo se alterna e em meu corpo percebo as mudanças.

tenho envelhecido com a Bienal, crescido, amadurecido, aprendido a falar, olhar, me ver, gostar, regurgitar.

alguns trabalhos me causam um orgulho de pertença. me envaideço e quando vejo, o meu trabalho, a minha dança, vira conversa com um povo que nunca me vê nem verá.

mas estou cá dialogando, respondendo questões que foram postas à minha mesa, sempre farta. hoje ouvi de uma professora, Lourdes Macena, o que cabe aqui: "ah se o velho pudesse ou o jovem soubesse!"

tinha medo tantas vezes de ficarmos iracemados, no cais, de olhos grudados no mar, esperando o que há de vir. mas nem ficamos. não sei bem o que tem por aqui, que fuligem é esta que nos entranha de maracatus, reizados, caretas, que em tudo ou nos identificamos ou temos uma conversa a puxar. e isto em dança. temos um combustível que é nosso.

o que hoje se fala e experimenta foi feito por aqui, pelo povo antigo... matrizes corporais, vivências entre tempos reais, virtuais, todos os jogos, se estabelecem nos terreiros, são identificáveis nas jornadas de danças dramáticas e cortejos, palco e platéia, quebra de fronteiras tudo isso está em nós entranhado e por isso, mesmo quando não nos reconhecemos ou nem sequer conhecemos aquilo que nos identifica como este povo, nos deixamos ser porosos. o que a Bienal faz então, sobretudo, é diminuir as distâncias, fermentar as misturas, aglutinar os sabores e experimentar na mistura dos cheiros o gosto que fica. as vezes é de saudade.

eu conto essa história de 14 anos de Bienal dançando. vendo dança.

vontade de tomar um mapa de Fortaleza e desenhar os percurssos, pegar as programações e entender onde eu era gente, com quem andava, como corria de um lugar ao outro: bóra que senão só daqui a dois anos... ih, besta... nem é mais! rsrsrs ano que vem sempre tem de novo. outro, tudo novo, mas sempre o mesmo: sempre dança! e eu que escondia o meu primeiro crachá (porque tinha crachá!) de bailarino: eu era ator!

14 anos... valha! isso é uma surpresa... não me dava conta. num tempo de instantâneos perduramos. nos mantivemos. estamos juntos. convivemos, compartilhamos, estreitamos. que venham mais 14 anos de Bienal!

tantas lembranças... principalmente! tantas não foram digitadas! rsrsrsrs.

Bienal também é tempo de amores, paixões, fugas de coxia. senão nem seria dança...

beijos na alma e no coração.

Paulo José.


my Lady

ela diz:

"Miss you so little monsters. Been working so hard for you. I can't wait for u to hear the new music."

eu espero!
êba!

Cia. Carolyn Carlson abre oficialmente dia 14/10 a Bienal Internacional de Dança Ceará/De Par Em Par 2010

Com Mandala e Li, a CCN Roubaix Nord-Pas de Calais/Compagnie Carolyn Carlson abre oficialmente a Bienal Internacional de Dança do Ceará / De Par Em Par 2010, dia 14 de outubro, quinta-feira, às 21h no Theatro José de Alencar, em Fortaleza.

Carolyn Carlson é norte-americana e, há quatro décadas, tem tido influência no cenário da dança contemporânea europeia. Suas peças, que prefere denominar “poesia visual”, marcam a história da dança. Em 2006, ganha o primeiro Leão de Ouro concedido a uma coreógrafa pela Bienal de Veneza. Dirige a National Coreographic Centre Roubaix Nord-Pas de Calais e o Atelier de Paris-Carolyn Carlson.


dia 14/10 | 20h | Theatro José de Alencar:
Abertura oficial da Bienal Internacional de Dança do Ceará / De Par em Par 2010

Um pouco dos trabalhos que serão apresentados:

cena do espetáculo


Mandala
2010 | Livre | 30 min

Mandala é uma encarnação da pulsação do coração humano, constitutivo do espaço universalmente dividido por todo ser, do começo ao fim de nossas existências. O tempo da vida está presente em um círculo do zen budismo que simboliza o universo e o gesto artístico perfeito, que não pode ser completado a não ser por um espírito totalmente livre.

Coreografia: Carolyn Carlson | interpretação: Sara Orselli | música: Michael Gordon |figurino: Chrystel Zingiro | iluminação: Freddy Bonneau | produção: Centre Chorégraphique National Roubaix Nord-Pas de Calais com a colaboração do Atelier de Paris-Carolyn Carlson.


cena do esetáculo


Li
2007 | Livre | 18 min

Li é um ideograma que se refere, originalmente, ao grão na jade e na madeira, o “orgânico padrão” no princípio de todas as coisas, quando este está em acordo com o “Tao”. As transformações da natureza, a corrente do vento, a penumbra e a luz, a polaridade do yin e do yang, que um se transforma no outro. Sem uma palavra.

Coreografia: Carolyn Carlson | Intérpretes: Chinatsu Kosakatani e Yutaka Nakata | Música: Aleksi Aubry-Carlson | Iluminação: Freddy Bonneau | Cenografia: Philippe Karpinski | Figurinos: Chrystel Zingiro, Han Jin-Gook, Lee Young-Hee | Assistente artístico: Valentina Romito | Produção: Centre Chorégraphique National Roubaix Nord-Pas de Calais com a coloboração da Quinzaine du Japon.


A Bienal De Par Em Par acontece desde o dia 1º deste mês e segue com atividades até o dia 10 de novembro, em Fortaleza e mais oito cidades do interior, com toda a programação gratuita.

Em teatros, praças, museus, escolas, ruas e outros espaços tradicionais ou alternativos, mais de 50 companhias, coletivos ou artistas do Ceará e mais 08 estados e 04 países além do Brasil, apresentam cerca de 70 espetáculos, performances ou intervenções diferenciadas. Para ver, há ainda Mostra de Vídeo com cinco programas distintos, totalizando 25 trabalhos, Mostra de Videodança Itaú Cultural, com uma conversa com Sônia Sobral, gerente do núcleo de Artes Cênicas da instituição, e Imagens Projetadas em prédios.


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visite o portal: bienaldedanca.com.

fonte: http://www.tembiu.pro.br/oktiva.net/1209/nota/160233

quanto amim, penso.
que dança é essa que me falta na vista?
que dança é essa que me falta na prática?
seria dança o que me faz falta?

11.10.10

inscrições abertas!





aprendendo a costurar!


bóra galera!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

porque vim ao mundo




no meio de dias difíceis,
receber queridos em casa.
ser feliz com eles.
misturar tribos.
o Sam foi meu colega no ensino médio e é amigo até hoje!
ao lado dele, o Victor, paixão nova, querido meu, colega novo em nova fase de vida
que não perde de vista tudo que passei, vivi e sonho!
ao meu lado a Dri, amiga nova, mãe do Victor, que é uma alegria a cada encontro, renovação!

quero todos comigo, sempre mais e por muito tempo.

a porta da vida, da casa e do coração sempre abertos!

bom feriado meu povo!

7.10.10

abraço no menino depois da ida.

ontem a noite, eu nem sabia menino...
dançava uma decisão.
em cena, me suicidei de esmalte.
cortei o sétimo dos pulsos que tinha.

não sabia, ainda, da falta que teria.
não sabia a falta que faria, também.
e quem é que me abraça no meio da rua agora?
quem me ensina das coisas suas?

foi um sequestro consentido, tantas vezes...
praia, prédios, quarto, noise, praças, abraços e beijos.

primeiro homem que me beijou na rua.
e tinha minha idade.
e era tão mais senhor que eu.
tão mais professor de mim...

beber e fumar ao teu lado foi sempre uma poesia.
de poesia era feito.
não apenas dela. que bom e que pena!

este mundo réi nunca te coube.
tem tantos que num cabem aqui, meu Deus...
queria um mundo pros queridos que não cabem neste.
assim eles poderiam ir devagar.

um abraço, menino.
um abraço, professor.
bem bom!




6.10.10

SÓLIDOS E FRÁGEIS, Segundo Verso


Núcleo de Doc-Dança da Artelaria Produções
apresenta:

SÓLIDOS E FRÁGEIS, Segundo Verso

Fragilidade / Solidez: dançar a (em) liberdade? Solidez / Fragilidade: estruturas fechadas, seqüências em movimentos marcados? Mais do que questionar sobre se este ou aquele estilo de Dança habita ou não o terreno fértil da Dança Contemporânea, provocamos um encontro que não integra universos, mas revela e dar não só a ver, mas a pensar a Dança e seus versos de existência. Que Dança é a Dança que eu vejo? Que Dança é a Dança que eu danço?



No Centro Cultural Banco do Nordeste:
Projeto Ato Compacto, quarta e quinta, 16h e 18h.