xok:

agora... adentre: entre: se toque, se pop, se top, me provoque!

5.7.12

ouvi.e era como se de novo ouvisse.era novo ou antigo o que eu ouvia?reconheço o cheiro.mentira, sonho, realidade, inventos...tem uma luz, mas o cheiro insiste em minhas mãos.adoro seguir o dia com aquele cheiro nas mãos.saber que o sol se põe, pequena morte, saber que a escuridão se desfaz quando a luz lhe rasga, ainda que pequenina,saber que o fim é um começo, saber que o meio bem que sabe ser inteiro.


eu vi.e era novo se de novo eu visse.era seu ou era meu onde me via?desconheço os meios.se vira, tonto, outras idades, sentimentos.tem uma rua em que o cheiro resiste em suas curvas.eu recoloco tudo em giras de noite, tarde, manhã...saber que o sol nasce, sem datas renasce!saber que a claridade se vai quando a luz se apaga e é enorme feito riso de menina!saber que o começo tem fim.saber que todo inteiro tem um meio.


eu sei de tudo isso e mais ainda, sei sim!eu ouvi, vi, cheirei e gozei de tanto disso.o que passou, se passou, já se foi.sou eu quem abro os olhos, os poros e estico os dedos.vem, cara, se desarrasta de teu canto e se apruma no meu gemido antigo!me inventa um novo rugido, coisa de ninar em meus ouvidos.me tira a rima, me desfaz a crina, me retira a tirna da cara assanhada de Catirina malina!me desensina a sina de baixo, de cima, de sobe, desce e reanima!me desiste de achar pouco, se quero muito.me desiste de achar que é muito se quero tecos.me diz isto e aquilo e me vicia em liberdade, caprichos e vontades!me recoloca no meu boteco,me desloca no meu passo reto e, depois de tudo,fica quieto, calado, mudo, me aguenta que vou com tudo!




3.7.12

quer saber?
quando você chegou, insistiu no que só você percebeu,
você me viu foi assim:
sem fogo, sem viço, sem mim!


quer saber?
as minhas rugas não contava mais!
o meu cabelo não mudava mais.
a minha pele, meu corpo, meus músculos: nenhum capaz!


quer saber?
você chegou em tempo de seca, em terra seca,
com plantas daninhas por todo lado!


quer saber?
você me achou foi numa frieza!
eu fui frieza, fui gelo duro, eu sei, fui congelado!


e você ria!
com seus olhos ardentes, contentes, você ria!


e eu...
eu não entendia!
por que minha terra seca molhava?
por que meu gelo duro derretia?
eu não entendia nada! e você ria!


não entendia por quê você lembrava alegria...
você me lembrava todo dia...


você ria e me fazia abrir
na minha pele seca congelada
abrir riso frouxo em madrugada
eu acordava, lembrava e ria!
não entendia...


depois olhei perdido num espelho...
eu era lindo!
meu Deus, como era lindo o eu que eu via...
era maior que muito mar inteiro, eu era lindo!
e você rindo.


eu rindo e desistindo de ir resistindo...
eu rindo.
você rindo!
e você, assim, sempre insistindo,
agente rindo!


e os fantasmas nunca entendem nada!


e os fantasmas nunca entendem nada!


e os fantasmas nunca entendem nada!


e os fantasmas nunca entendem nada!


e os fantasmas nunca entendem nada!


e os fantasmas nunca entendem nada!


e os fantasmas nunca entendem nada!


e os fantasmas nunca entendem nada!


e os fantasmas nunca entendem nada!


procurei no corpo o órgão que bombeia meu sangue

para que alto caiu? alguém luz gente vento anjo surgiu...escuridão.fim.que estrada?que ida?sinto nos lábios o gosto de um beijo.que lábios?

em que asas meus desejos?não creio ter sido uma questão de salvamentos.se me afoguei, foi em terra firme:desvire a placa de contra mão e siga adiante: se adiante:eis-me aqui: eis a que vim: abrir braços e coração:sempre: outra e mais uma vez!


por onde em volta me seguraria?e se meus joelhos não me firmarem em pé?onde cairia?não aos seus pés, nem em seus braços: nunca: feito sempre: tudo ida, tudo busca: somente.


entre a verdade e a mentira, fiquei com a palavra que lavei em meus abraços.


em chuva eu queimo,em fogo molhei os seus sorrisos.


quede nós, amigo?


dentro de mim desmora um nome.desmorona-me um monte: avante, avante, coragem, marchemos!


dormir não é a mesma coisa. mas é outra coisa. dormir e acordar também se reinventa!


entre a verdade e a mentira, perdi amigos, perdi queridos.e quando foi a última vez?


rum...eu rindo.


deixe-me ir.preciso andar!